quarta-feira, dezembro 06, 2006

CARLOS HEITOR CONY HJ NA FOLHA E EU ONTEM AQUI


Eu acho legal quando escrevo algo um dia e no dia seguinte alguém tenta dizer, em outras palavras o que tb to sentindo em outro local, outro espaço e em outro tempo.

Isso mostra que as percepções, sentimentos e afins, estão habitados em todos, nunca de um mesma forma claro, mas sempre na consciência daqueles que realmente participam do mundo e do meio que vivem. Viver a "la globo.com" muitos estão desistindo. Que alívio.


O texto em questão segue abaixo, extraído da Folha de hj.

Tempos modernos
RIO DE JANEIRO
A direção de um colégio mandou instalar câmeras de TV nos banheiros do estabelecimento. O motivo seria o de impedir atos de vandalismo, muito comuns em escolas, aeroportos, cinemas e outros locais públicos. De quebra, amplia a fiscalização do uso de drogas e atos ditos indecorosos.Ao ler a notícia, lembrei uma das obras-primas de Chaplin, "Tempos Modernos", de 1936, em que o operário estressado na esteira de produção, apertando parafusos, vai ao banheiro para interromper por alguns minutos a vertiginosa loucura da fábrica. Passados alguns segundos, aparece na parede do banheiro, numa tela de TV do tamanho de uma tela de cinema, nada menos do que o gerente, que ordena ao operário a volta imediata ao trabalho.Chaplin preconizou o "Big Brother" de George Orwell, mostrando que, nos tempos modernos, a privacidade de todos nós seria invadida pela tecnologia e pelos interesses da produção política, cultural, econômica e industrial.Não apenas nas fábricas e escolas está havendo a invasão da privacidade. Em nome da segurança, lojas, bancos, edifícios de apartamentos estão sendo monitorados pelo olhar eletrônico de câmeras sofisticadas, que, em alguns casos, ajudam a identificar criminosos e suspeitos.No fundo, é um problema de custo e beneficio. Para termos um pouco mais de segurança e de respeito aos bens públicos, somos obrigados a aceitar a invasão de um pedaço de nossa intimidade.Em breve, ao nascer, uma criança terá enxertado em seu pequenino corpo um chip que controlará, via satélite, todos os movimentos que ela fizer até o fim de sua vida. E não apenas os movimentos, mas os pensamentos, as dúvidas, os recalques e as intenções. A humanidade será robotizada em nome da eficiência e da segurança. Não há dúvida: vivemos tempos modernos.
Leitor, depois disso me pergunto: O que será que a civilização - que caminha a passos largos à submissão da Ciência - poderá ser capaz de oferecer aos que dela participam (estou sem ponto de interrogação no teclado)
Volto a afirmar que a igreja precisará preparar para acolher os apanhados-submissos, consumidos pelo caos da pseudo-mãe CIÊNCIA.
Abraços,
Lucas Castro

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