quinta-feira, janeiro 25, 2007

lendo Fiodor Dostoiévski descobri + da Graça...

segue abaixo, o texto que no início do livro ja revelou-me o conteúdo da alma de um homem destorcido pelo movimento secularista e pelo mundo que arde em pecado.

A história pra que meu lindos leitores não se sintam perdidos, diz, ate então, de um jovem que vai visitar uma taberna e lá conhece um bêbado, sofrido, letrado, abandonado e muito perspicaz. Pai, chefe de família e tão louco que concedeu uma "carta amarela"*** pra sua filha

Leia-se:
- Por que hão de ter compaixão de mim? - gritou exaltado - Dizes tu, por que hão de ter compaixão de mim? É verdade não há motivo! Crucifiquem-me, preguem-me em uma cruz e não me lastimem. Crucifiquem-me, juiz, mas, crucificando-me, tende piedade de mim. Então irei voluntariamente para o suplício, porque não tenho sede de alegria, mas sim de dores e de lágrimas!...Julgas tu, taberneiro, que tua meia garrafa me deu algum prazer? Procurei a tristeza, a tristeza e as lágrimas, no fundo dela; encontrei-as e saboreei-as; mas Aquele que teve piedade de todos os homens, Auele que compreendeu tudo, Aquele que terá piedade de nós, é o Único Juiz. Virá no ultimo dia e perguntará: "Onde está a filha que se sacrificou por uma madrasta invejosa e tísica, por crianças que não eram seus irmãos? Onde está a filha que teve compaixão de seu pai terrestre e não se afastou horrorizada desse devasso bêbado?" E Ele dirá: "Vem! Eu já te perdoei uma vez...já te perdoei uma vez...Agora mesmo todos os teus pecados serão perdoados porque muito amaste..." E Ele há de perdoar minha Sônia (a esposa). Ele há de perdoar, bem o sei...Senti-o há pouco, aqui no coração, quando estava na casa dela! Todos serão julgados por Ele e Ele a todos perdoará(????): aos bons e aos maus, aos produdentes e aos humildes...E quando tiver acabado com esses, chegará a nossa vez. "Aproximai-vos vós também, nos dirá Ele; apoximem-se os bêbados, aproximem-se os covardes, aproximem-se os devassos...." E aproximar-nos-emos sem receio. E Ele nos dirá: "Vós sois uns porcos, sois a imagem e a marca bestial! Mas não importa, vinde!" E os justos e os sensatos dirão: "Senhor, porque recebes esses?" E Ele responderá: "Recebo-os, justos, recebo-os, sensatos, porque nenhum deles se julgou digno desse favor..." E Ele estender-nos-á os braços, onde nos lançaremos banhados em lágrimas. Compreenderemos tudo...Então todos compreenderão tudo...Ekatierina Ivánovna também compreenderá...Senhor, venha a nós o Vosso Reino...
Exausto, deixou-se cair no banco, sem olhar para ninguém. Alheio a tudo o que o cercava, absorveu-se em profunda meditação. Suas palavras produziram certa impressão...

(Fiodor Dostoiévski em CRIME E CASTIGO - p. 34-35 - Editora Marin Claret.)

*** Trata-se de uma licença para o exercício da prostituição, feita em papel amarelo, que as prostitutas usavam na Rússia, antes de 1917.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Sem muito pra falar..

Estou, meio triste por um boato que ouvi. Mas nem sei ao certo se é um boato. Vou confirmar.
Acho que isso trouxe em mim um sentido de existencia e de participação em um grupo muito maior do que eu imaginava.
Em breve eu vou compartilhar aqui.
A nostalgia, tem reinado em meu coração.

Deixo a musica que vai me inspirar escrever sobre o boato, se ele vier se tornar um fato.

Como Nossos Pais

Elis Regina
Composição: Belchior


Não quero lhe falar meu grande amor das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar, eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem, há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado prá nós que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua vozVocê me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coraçãoJá faz tempo eu vi você na rua, cabelo ao vento, gente jovem reunidaNa parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais

Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que eu 'tô por fora', ou então que eu 'tô inventando'
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude
Tá em casa guardado por Deus contando vil metal

Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemoscomo nossos pais

segunda-feira, janeiro 08, 2007

La Boca

Vamos a Buenos Aires proximo dia 6.
A foto é de um bairro divertido de la. La Boca.
O som é do bandoleon e la o povo ferve no tango.

Eu e esposa ferveremos la...hehehehe

sexta-feira, janeiro 05, 2007

O preço de se saber mentiras.

A humanidade é uma espécie estúpida que se mata desde as cavernas. Só que agora, com técnicas mais eficientes. Não acredito na sobrevivência da humanidade.
João Ubaldo Ribeiro,Escritor