quinta-feira, novembro 22, 2007

Excluíram Deus do mundo e as pessoas ficaram burras...por hora, também, ALIENADAS!

Ola Leitores,
em minha continua busca por assuntos relacionados ao caos da educação nacional e o "apagão de mãos-de-obra" qualificada em nosso País, - isso lembrando que faz parte de meu projeto pra politica em 2008 - tenho lido jornais de grande impacto no meio intelectual.
Tenho lido com frequencia os Valor Economico, Folha de S. Paulo, A Tribuna, Jornal do Brasil, Estado de Minas e escutado programas de rádio como CBN e Voz do Brasil (nunca imaginava isso!!!)
Nesta pesquisa e ouvindo e buscando compreender o espirito de epoca que paira sobre nós achei ontem uma matéria de um Doutor em Teologia chamado ALVORI AHLERT.
Esta matéria tem em especial, que no meio desta pesquisa e outras coisas, descobri que Lutero, reformador, escreveu textos sobre a educação mundial e em um deles,de nome: Uma prédica para que se mandem os filhos à Escola – escrito em 1530. Pois é, mais uma fonte de pesquisa que certamente mudou todo meu rumo do projeto sobre Capital Humano, afinal, achei bases cristãs, que ilustram o titulo deste que vcs lêem.

Mas vamos por partes!
Vou colocar aqui o texto de Alvori Ahlert antes de escrever o texto de Lutero.
Segue abaixo e vale muito a pena ler, sendo você cristão ou não.

Educação Pública: desafios da Reforma Protestante

Em 31 de outubro comemora-se o Dia da Reforma Protestante. Nesta data, em 1517, um monge agostiniano de nome Martim Lutero fixou na porta da igreja do Castelo de Wittenberg 95 teses, com as quais desencadeou o movimento da reforma da Igreja no século XVI. Este ato impactou o início da Modernidade e atingiu as sociedades européias em muitas áreas para além da religião. E uma das áreas da vida humana que recebeu forte influência foi o da educação.

Os dois principais escritos de Martim Lutero sobre a educação foram: Aos conselhos de todas as cidades da Alemanha, para que criem e mantenham escolas cristãs, publicado em 1524, e Uma prédica para que mandem os filhos para a escola, de 1530. Neles, estão afirmações sobre a necessidade urgente de uma ampla ação em favor da educação do povo. Em Aos conselhos de todas as cidades da Alemanha, para que criem e mantenham escolas cristãs, Lutero objetiva estimular e desafiar a sociedade para a responsabilidade com a educação e a formação da juventude. O desenvolvimento de um indivíduo temente a Deus, responsável e ético, com capacidade de vivenciar sua liberdade, requer pessoas bem instruídas. E Lutero percebe um abandono destes compromissos. A transição de um mundo medieval, onde tudo é abarcado pelo contexto religioso, para um mundo laico deixou as pessoas sem perspectivas, porque o velho modelo de vida estava desaparecendo e o novo ainda estava indefinido. Com isso houve um desinteresse pela educação. “Em primeiro lugar, constatamos hoje em todas as partes da Alemanha que as escolas estão abandonadas. As universidades são pouco freqüentadas e os conventos estão em decadência. [...] Sim, porque o povo carnal se dá conta de que não pode mais colocar os filhos, as filhas e os parentes em conventos e instituições. Já não pode mais expulsá-los de casa e deixar que vivam às custas de estranhos. Por isso ninguém mais quer proporcionar ensino e estudo aos filhos. Dizem: Pois é, o que vão estudar se não podem tornar-se padres, monges e freira? Tem que aprender alguma profissão com que possam sustentar-se.” (LUTERO, Martim. Educação e reforma. São Leopoldo: Sinodal, 2000, p. 8-9)

Mas talvez o mais importante nos escrito de Lutero sobre educação para a atualidade esteja na sua concepção de uma educação pública, universal e gratuita, para quem não pode custeá-la. Neste sentido, acertadamente Lorenzo Luzuriaga vê na Reforma a gênese da educação pública. “A educação pública, isto é, a educação criada, organizada e mantida pelas autoridades oficiais – municípios, províncias, Estados – começa, como dissemos, com o movimento da Reforma religiosa no século XVI.” (LUZURIAGA, Lorenzo. História da educação pública. São Paulo: Nacional, 1959, p. 5) Em primeiro plano, a educação, segundo Lutero, é tarefa dos pais, mas é compromisso precípuo das autoridades em todos os níveis, porque, na sua concepção, nenhum pecado mereceria maior castigo do que deixar de educar uma criança. E educar bem as crianças significa ter uma estrutura social que garanta este acesso indistintamente para todas elas, isto é, também para as crianças pobres ou para as crianças cujos pais não dão valor nenhum à educação. Daí ser necessário manter gente especializada para esta tarefa, gente mantida comunitariamente. É tarefa do Estado garantir educação para todos. “Por isso certamente caberá ao conselho e às autoridades dedicarem o maior esforço à juventude. Sendo curadores, foram confiados a eles os bens, a honra, corpo e vida de toda a cidade. Portanto, eles não agiriam responsavelmente perante Deus e o mundo se não buscassem, com todos os meios, dia e noite, o progresso e a melhoria da cidade. Agora, o progresso de uma cidade não depende apenas do ajuntamento de grandes tesouros, da construção de muros, de casas bonitas, de muitos canhões e da fabricação de muitas armas. Inclusive, onde há muitas coisas desse tipo e aparecem alguns loucos, o prejuízo é tanto pior e maior para a aquela cidade. Muito antes, o melhor e mais rico progresso para uma cidade é quando tem muitas pessoas bem instruídas, muitos cidadãos sensatos, honestos e bem-educados. Estes então também podem ajuntar, preservar e usar corretamente riquezas e todo tipo de bens”. (LUTERO, 2000, p.19)

Assim, temos em Lutero o início da escola público-comunitária, ou seja, uma escola que deve ser tarefa dos pais, do Estado e de quem pode financeiramente ajudar a mantê-la. A grande tarefa da escola é a formação de um cidadão (entendido aqui como um habitante do burgo ou da cidade) honesto, responsável, capaz e preparado para todas as tarefas importantes que a nova divisão do trabalho e a organização das cidades em crescimento requeriam paulatinamente. “Uma cidade tem que ter pessoas assim. A sua falta é sempre uma grande necessidade e a queixa mais freqüente.” (LUTERO, 2000, p. 20) Com este pioneirismo em educação, Lutero esteve muito à frente de seu tempo, o que, no nosso entender, ainda não tem sido suficientemente reconhecido pela historiografia educacional.

ALVORI AHLERT. Doutor em Teologia, Área Religião e Educação, pelo IEPG/EST, Mestre em Educação nas Ciências, pela UNIJUÍ, RS, Professor Adjunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná-UNIOESTE, membro do Grupo de Pesquisa Cultura, Fronteira e Desenvolvimento Regional. E-mail: alvoriahlert@yahoo.com.br .


Fonte :
ALVORI AHLERT
Data :
2007-10-25


Abraço a todos e vamos cada um chupando a manga. Oh maravilha Deus...

sábado, novembro 17, 2007

Mais uma de capital humano...


e um dado interessante dessa publicação, de ontem, 16/11/2007 no Jornal Valor Econômico.
A relação direta entre "prosperidade intelectual" aliada a cosmovisão cristã.
Eu até escrevi pro autor do texto e pedi explicações mais profundas e ele ainda nao respondeu-me.
A fonte é super interessante e de grande valia à pesquisas.

Vamos:

Apagão de capital humano e crescimento
Por Alberto Carlos Almeida, de São Paulo
16/11/2007

Os primeiros censos de países europeus foram realizados na segunda metade do século XIX. Na Grã-Bretanha, constatou-se em 1876 que aproximadamente 20% da população não sabia assinar o nome. Na Prússia do censo de 1871, 87% da população era alfabetizada. No Brasil de 1991, aproximadamente 20% eram analfabetos. O Brasil encontrava-se, em relação aos dois países, em torno de 120 anos atrás. 120 anos!


Nas últimas semanas tornou-se público o pior de todos os tipos de apagão, o de mão-de-obra. Foi apenas o Brasil crescer um pouquinho, e de forma contínua, que não há mais técnicos e pessoas de escolaridade mais elevada disponíveis no mercado.


A caminho da escola


De volta à velha Prússia, naquele censo se descobriu que só 3% das crianças moravam a mais de três quilômetros da escola mais próxima. Para chocar: 97% das crianças moravam a uma distância menor. Descobriu-se também que a distância máxima era de 19 quilômetros, provavelmente nas áreas rurais. A propósito, a população urbana totalizava apenas 27% da população total.






No jovem Brasil, sabemos a distância média que as crianças precisam percorrer para chegar à escola? Isso parece ser uma informação relevante para políticas públicas que dêem prioridade à educação. A lição disso, da importância do capital humano para o desenvolvimento econômico, vem deste que foi um dos primeiros censos da história.


Janela de oportunidade


Voltemos, portanto, a Prússia. No distrito de Potsdam, vizinho à cidade de Lutero (Wittenberg), mais de 90% da população era protestante. Lá também mais de 94% eram alfabetizados e, como conseqüência, a renda média estava acima de 1.100 marcos. No distrito de Düsseldorf, menos de 50% eram protestantes, a taxa de alfabetização era menor do que 90% e a renda média, abaixo de 900 marcos. Não é preciso dizer mais nada. Numa mesma nação duas realidades completamente distintas, ambas moldadas pelo investimento em capital humano, em educação.


A questão crucial diz respeito ao desenvolvimento econômico. O Brasil quer realmente aproveitar a janela de oportunidade aberta recentemente? Há mais de 120 anos outros países criaram essa janela por meio do fortalecimento do capital humano. O Brasil não precisa abrir a janela, somente aproveitá-la. O nosso sistema educacional não está preparado para isso.


Quantos mais argumentos serão necessários para persuadir os governantes de que educação é fundamental? Quantos mais artigos terão de ser escritos para que o alerta sobre o problema seja convertido em ações efetivas? Ações que tenham forte impacto sobre o atual quadro de escassez de mão-de-obra especializada e bem qualificada. Trata-se de uma decisão que a elite terá de tomar sem a influência da população, porque no Brasil educação não dá voto.


Alberto Carlos Almeida, professor universitário e sociólogo, é autor de "A Cabeça do Brasileiro" (Record).


Email: almeida.alberto@terra.com.br