quinta-feira, janeiro 24, 2008

sexta-feira, janeiro 18, 2008

China vê o crescimento de um budismo consumista


Olá leitores.
Bom, hoje quero compartilhar com vocês uma matéria do jornal Valor Econômico, sobre a entrada do mercado de consumo na China por exemplo, que vem influenciando áreas outrota muito conservadoras daquele povo. Eu nunca vi a China (e tb a Índia) com muito bons olhos e continuo com uma trave sobre os tais. Os drs. do mundo Capitalista sempre, em todo congresso, reunião, noticiários de rádio, artigos, publicações falam super bem destes países, ainda que o índice de exploração de mão de obra neles é muito alto e por demais nem um pouco "corretamente tributáveis", digo, correto com os direitos dos trabalhadores. Lá, trabalhadores assalariados cumprem carga horária de 12 horas diárias, com apenas 1 dia de folga em 31 dias de jornada.

A China, está abrindo suas portas de ferro para o mundo Capitalista e o mundo tem sofrido graves consequencias economicas por causa desta ousada "avetura".

Abaixo, compartilho com vocês uma matéria sobre o budismo e pinceladas do "zeitgheist" chinês no século XXI.
Vale muito a pena ler.


Dexter Roberts
17/01/2008 - No Jornal Valor Econômico


No início de dezembro, os círculos que fazem e acontecem em Pequim convergiram para sua área central de negócios, para a inauguração da galeria Kunlun. Bebericando Veuve Clicquot e champanhe Mumm, os magnatas do mercado imobiliário, guerreiros do mercado acionário e celebridades vestidas com Prada admiravam peças de estatuária budista da dinastia Ming e pinturas em pergaminhos do século XV.


Quatro obras de arte tibetanas acabaram compradas por US$ 3,4 milhões e, em um leilão seguinte, oito dias depois, 87 peças de arte budista alcançaram um preço total de US$ 10,4 milhões. Para o proprietário da galeria, um empreendedor meio tibetano, meio chinês, Yi Xi Ping Cuo, 35 anos, as vendas aquecidas foram outra evidência da popularidade do budismo na China. "A cada ano, há novos milhões de budistas", diz Yi. "Evidentemente, eles querem colocar uma estatueta budista em seus lares deixar seus corações tranqüilos."


O budismo está em alta - algo bastante paradoxal - tendo em vista o ateísmo oficial do Partido Comunista e sua relação difícil com o Dalai Lama. A crescente popularidade da fé reflete um anseio por sentido de vida entre os yuppies chineses, atraídos cada vez mais pelas peculiaridades budistas de rejeição ao materialismo e ênfase na natureza transitória da vida. "Eles têm um BMW e uma casa no campo", diz Lawrence Brahm, um americano que administra três hotéis-butique, entre eles um no Tibete. "E eles estão enfadados. Estão se dando conta de que há mais coisas na vida do que colecionar brinquedos." O modismo budista produziu um surto de negócios relacionados à fé: vôos para a capital tibetana, Lhasa, estão totalmente tomados, os mosteiros estão construindo acomodações para hóspedes e proliferam websites oferecendo mantras para download gratuito.


O budismo chegou à China proveniente da Índia no primeiro século da era cristã e floresceu até a era moderna. Depois que os comunistas tomaram o poder, em 1949, desestimularam as práticas religiosas. Mas, assim como o cristianismo, o budismo nunca desapareceu de todo. Alguns crentes continuaram, discretamente, a praticar seus cultos em altares montados em suas próprias casas. E não muito tempo depois de a China abraçar as forças de mercado no fim das décadas de 70 e 80, a fé ressurgiu no interior, onde camponeses visitavam templos reformados para orar e queimar seu incenso.


Apesar da abertura para a religião, a China permanece receosa diante de instituições religiosas. Suas relações com Roma, embora melhores nos últimos anos, não são, absolutamente, amistosas. E cerca de sete anos atrás as autoridades esmagaram a seita Falun Gong, que o governo considerou uma ameaça inaceitável, depois que 10 mil de seus membros manifestaram-se em Pequim para protestar contra seu ostracismo oficial. Mas o governo sente-se confortável com o budismo. "Os budistas raramente se metem em política", diz Chan Koon Chung, um escritor e budista em Pequim. "Por isso, são mais palatáveis para o governo". Em recente discurso, o presidente Hu Jintao chegou a sugerir que as religiões, inclusive o budismo, poderiam colaborar para aliviar as tensões das disparidades de renda.


Nos últimos anos, a fé vem repercutindo junto à classe de colarinho branco. Enquanto a China registra seu quinto ano de crescimento de dois dígitos, trabalhar 12 horas por dia e nos fins de semana é praxe. Li Xinglu foi típico da categoria: trabalhadora, bem-sucedida e espiritualmente insatisfeita. Ela dirigia uma firma promotora de eventos e trouxe artistas como Ricky Martin, Boyz II Men e o Dance Theater, do Harlem, a Pequim e Xangai. Li convivia com popstars, diplomatas e empresários. Mas faltava algo. "Eu estava fumando, bebendo e passando noites inteiras em clubes", diz Li, 39 anos, casada com um americano gestor de fundos. "Eu passava muito tempo correndo atrás de felicidade."


Um sonho recorrente com a morte de sua avó e conversas com um colega inclinado à espiritualidade a fez começar a refletir. Em pouco tempo, Li estava num avião rumando para a cidade de Xining, no noroeste da China. Após uma viagem de 21 horas em jipe através do platô tibetano, ela chegou ao mosteiro Tse-Reh. Lá, Li conheceu seu mestre, um monge de 19 anos que a pôs em um novo caminho. Hoje, Li suspendeu sua carreira e, em vez disso, concentra-se em ações beneficentes, entre elas captar dinheiro para mais um orfanato para crianças tibetanas. Segundo ela, sua conversão freou uma espiral descendente. "Eu não compreendia a existência de uma alma ou espírito", diz Li.


Não muito tempo atrás, chineses jovens em ascensão voavam para lugares como a Tailândia, em busca de sol, mar e areias. Agora, como Li, muitos estão indo para retiros budistas na própria China. Templos estão sendo remodelados para receber hordas de turistas. O templo Buda de Jade, em Xangai, é hoje um dos principais destinos turísticos budistas na China. O mosteiro, que existe há 126 anos, administra seu próprio hotel de 44 quartos (US$ 134 é a diária para um casal) e vende amuletos da sorte, DVDs de monges recitando mantras e outros exemplos de parafernália espiritual. (Os monges, na expectativa de maximizar seus lucros estão chegando a cursar programas de MBA que oferecem aulas de administração de templos.)


Em novembro, a câmara de comércio da cidade costeira de Xiamen patrocinou a segunda feira budista anual de Objetos Artesanais. Mais de 40 mil empreendedores acorreram ao gigantesco Centro Internacional de Conferências & Feiras de Xiamen e abasteceram-se de estatuária, colares de contas para orações, queimadores de incenso e outras mercadorias. "Esta é uma formidável oportunidade comercial", diz Xuan Fang, professor de estudos religiosos na Universidade do Povo, em Pequim. "Um colar de contas que pode valer não mais de um yuan, pode ser vendido por dezenas de yuans num templo."


Alguns tradicionalistas temem que o budismo está assumindo um caráter de modismo excessivo. Exemplo: a diva pop Faye Wong, uma convertida cujos vídeos por vezes incluem imagens budistas. E alguns mosteiros concentram-se tanto em atrair turistas como na prática da fé. "Comercialização", diz o professor Xuan, "é uma das mais perigosas tendências do budismo chinês". Apesar disso, para yuppies estressados, o budismo é um alívio para a competitividade extremada. "A sociedade provoca muitas dores de cabeça", diz Nikki Xi, uma convertida que trabalha numa agência de publicidade de internet. "Eu estou mais relaxada. [O budismo] torna o processo de trabalho mais harmonioso."

domingo, janeiro 06, 2008

Mercados Futuros

Comecei...e estou na saga.hehehehe

2007: QUINTO ANO DE ALTA NA BOVESPA

Mais um ano de grandes conquistas se passou no mercado acionário brasileiro. Encerrado 2007, faremos, como de costume, um balanço do desempenho de nosso mercado bursátil.

- QUINTO ANO CONSECUTIVO DE ALTA

Cinco anos de valorização acumulada, este é o saldo do Ibovespa ao fim de 2007, ano em que subiu 43,65%. Somando-se este longo período de bonança, o principal indicador da bolsa paulista acumula incremento de 466,97% desde o fim de 2002. Não se engane, caro investidor, pensando que todo esse processo se deu linearmente, indo “pro alto e avante”, sem maiores percalços. No último ano tivemos algumas fortes turbulências, tais como a queda na Bolsa de Xangai (em 28/fev), devido às expectativas de que a China poderia vir a introduzir medidas mais rigorosas em relação às regras do mercado acionário, e a crise do setor de hipotecas de alto risco (subprime) nos EUA, que até agora ainda traz calafrios aos agentes do mercado.

- A MAIS RENTÁVEL DAS APLICAÇÕES

Podemos fazer uma comparação do desempenho das principais aplicações – dólar, ouro, poupança, CDB e ações –, juntamente com os principais índices de inflação ao longo de 2007, que pode ser visualizado na tabela abaixo:

Ações Variação Outras Aplicações Variação
Ibovespa 43,65% Dólar (Ptax) -17,15%
IBrX 47,82% Ouro (BM&F) 11,26%
IGC 31,54% CDB 12,45%
ITAG 24,24% Poupança 7,70%
ISE 40,35%
IEE 23,74%
ITEL 16,10% Índices de Inflação
INDX 40,08% IGP-M 7,75%
IVBX-2 15,38%

Como pode ser visto, a aplicação em ações (tomando o Ibovespa como referência) foi a opção mais rentável do ano. Já a aplicação em dólar foi a que apresentou a pior rentabilidade, com desvalorização da moeda norte-americana, encerrando o ano a R$ 1,77 (-17,15%).

- FONTE DE RECURSOS

A Bovespa se consolida a cada ano como fonte de captação de recursos para as empresas. Em 2007, ocorreram 64 ofertas públicas iniciais de ações, que representaram captação de R$ 55,5 bilhões. Segundo informe divulgado pela Bovespa, a valorização da transparência e do respeito aos direitos dos acionistas minoritários ficou bastante evidente na preferência de todas as novatas pelos segmentos especiais de governança corporativa, que já possui 156 companhias listadas, sendo 92 no Novo Mercado, 20 no Nível 2 e 44 no Nível 1.

- AS BOLSAS CHEGAM AO PREGÃO

Embarcando nesta onda de ofertas, envoltas de grandes expectativas, Bovespa e BM&F também fizeram suas estréias nos pregões, realizando as duas maiores ofertas de ações. A Bovespa Holding, que captou mais de R$ 6,6 bilhões para seus antigos proprietários (a oferta foi secundária, assim como da BM&F, que angariou R$ 5,98 bilhões para seus sócios vendedores), apresentou incríveis 52% de valorização em seu primeiro dia de negociação, trazendo enorme expectativa sobre sua congênere, que estrearia pouco mais de um mês depois. Nesta, a valorização na estréia também foi boa (25%), mas não chegou ao mesmo sucesso da bolsa paulista.

- O VAREJO, OS FLIPPERS E OS LARANJAS

Neste ano, os investidores de varejo chegaram ainda mais ao mercado. E boa parte deles, atraídos pelo sucesso dos IPOs, principalmente o da Bovespa Holding. Junto a esta explosão do varejo, também vieram outros temas a serem discutidos, tais como a flippagem e a utilização de laranjas nos pedidos das ofertas. Para se ter uma idéia, 253 mil pessoas físicas participaram da oferta da BM&F, o que provocou um rateio de R$ 1.820 para cada investidor. Muitos desses investidores vieram em busca do lucro rápido e fácil e outros somente a troco de um percentual do ganho, visto que tinham seus CPFs “alugados”. Mas não se pode afirmar que a flippagem é exclusivamente feita pelos pequenos investidores. Basta observar os volumes negociados nos dias das estréias de tais ações no pregão da Bovespa, com giros financeiros altíssimos, para se ver que não é somente o pequeno investidor que se desfaz de suas posições rapidamente.

Ainda no varejo, os números mostraram mais uma vez que as operações realizadas pelos pequenos investidores, via Home Broker, vêm aumentando cada vez mais. Atualmente, o sistema é oferecido por 57 corretoras. De acordo com dados de dezembro, o Home Broker foi responsável por 9,53% do volume negociado na Bovespa, com média diária de volume de R$ 1,08 bilhão, frente a R$ 411,8 milhões em dezembro de 2006; 31,14% de participação no número de negócios da Bolsa, ante 25,6% em dez/06; e chegando a marca de 230.175 investidores com ordens colocadas no sistema, contra com 78.211 no último mês de 2006.