quarta-feira, julho 29, 2009

Veja como funciona a seleção de pessoas por meio do processo de comparação

O ponto de partida de qualquer processo seletivo são as especificações do cargo a ser preenchido. Essas exigências devem ser a base do critério de seleção.

O consultor de empresas Idalberto Chiavenato explica em seu livro "Recursos Humanos: O capital Humano das Organizações", que, se de um lado temos a análise e as competências essenciais ao cargo, de outro há candidatos muito diferentes disputando o mesmo emprego. Por isso, a seleção deve se basear em um processo de comparação.

Necessidades da empresa x competências

Obviamente, quando as exigências para exercer as atividades do cargo superam as competências do candidato, significa que este não atingiu as condições ideais para ser escolhido. Quando as competências são compatíveis com as exigências, por sua vez, o candidato mostra que possui as condições ideais para preencher a vaga.

Existe, no entanto, uma terceira e inusitada possibilidade, quando se utiliza o processo de comparação: as competências do profissional podem superar as exigências para o cargo, o que pode ser tanto positivo quanto negativo para a empresa.

Positivo porque a qualidade do trabalho será até superior do que a esperada. Negativo porque esse profissional tenderá a crescer rápido na empresa, mas, se isso não acontecer, acabará desmotivado, podendo mudar de emprego.

A correta maneira de usar o método

O processo de comparação pode ser muito eficaz na seleção de pessoas, mas deve-se observar um detalhe importante: "Na realidade, essa comparação não se concentra em um único ponto de igualdade entre as variáveis, mas sobretudo em uma faixa de aceitação, admitindo certa flexibilidade ao redor do ponto ideal. Isso equivale aos limites de tolerância admitidos no processo de controle de qualidade", diz Chiavenato em seu livro.

"Essa comparação exige que a descrição e a análise do cargo ou das competências requeridas sejam transformadas em uma ficha profissiográfica ou ficha de especificações, a partir da qual se possa estruturar o processo seletivo com maior rigor", acrescenta o autor.

segunda-feira, julho 27, 2009

Por que não? Autismo em crianças pode estar ligado a células de bebês abortados na produção de vacinas infantis, afirma grupo

6 de julho de 2009 (Notícias Pró-Família) — O aumento nos índices de autismo regressivo nas crianças dos EUA e da Inglaterra pode estar historicamente associado com o fato de que as empresas farmacêuticas deixaram de usar células animais na produção de vacinas para usarem células de bebês humanos abortados, um grupo está afirmando.

“Agora quando vacinamos nossos filhos, algumas vacinas também transmitem DNA contaminador de bebês abortados. Nunca se testou a segurança disso”, diz a Dra. Theresa Deisher, presidente de Sound Choice Pharmaceutical Institute (SCPI).

SCPI, um grupo de educa o público acerca do uso de materiais de bebês humanos abortados usados na produção de drogas farmacêuticas, alerta que as vacinas tríplices (sarampo caxumba e rubéola) introduzidas nos EUA e na Inglaterra em 1979 e 1988 respectivamente, foram produzidas usando células de bebês abortados, enquanto as versões anteriores eram feitas usando somente células animais. Essa troca coincide com o que o SCPI diz são aumentos “dramáticos” nos índices de autismo regressivo nas crianças, em que o desenvolvimento social e verbal de uma criança sofre uma parada.

O alerta veio em resposta à recomendação em junho feita pela Comissão Consultiva Nacional sobre Vacinas (CCNV) do Ministério da Saúde dos EUA para a realização de mais estudos sobre a segurança das vacinas com relação ao autismo. Alguns pais preocupados de filhos com autismo sustentam que há uma ligação entre vacinações infantis e autismo.

Apesar das garantias das agências de saúde e da classe científica contestando isso, um número crescente de pais está optando por não participar das campanhas governamentais de vacinação. Isso levou a Vigilância Sanitária dos EUA a formar um Grupo de Trabalho sobre a Segurança das Vacinas. Um relatório da CCNV recomendou mais estudos sobre o potencial das vacinas para contribuir com o autismo regressivo nas crianças.

O SCPI aponta para estudos que mostram um fator ambiental, “um gatilho”, que provoca a doença. Mas embora os cientistas tenham apontado para a presença do mercúrio nas vacinas tríplices, o SCPI diz que o autismo continuou a crescer depois que o mercúrio foi removido.

“As primeiras vacinas produzidas usando células de bebês abortados, tais como a MMRII, nem mesmo informam aos consumidores que DNA de bebês abortados é injetado em cada vacina”, o SCPI disse numa nota à imprensa. Vacinas introduzidas mais recentemente, diz o grupo, informam aos consumidores que elas contêm contaminação de DNA de “células diplóides humanas”, mas não dizem que essas células são de um bebê humano abortado.

“A segurança de injetar em nossos filhos DNA de bebês abortados vem sendo debatida há 40 anos, mas nunca foi estudada”, disse o SCPI.

Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com/2009/07/autismo-em-criancas-pode-estar-ligado.html

sexta-feira, julho 24, 2009

Não tenho preconceito...


Mas tenho conceito formado. É difícil entender isso? A palavra da vez é: preconceito. Para os fatos, cujo os quais não se tem argumento ou eles estão evidentes se houve como resposta: "Preconceito seu!" Que mania é esta, na sociedade atual de se achar que tudo está correto e vale tudo? Que nada precisa mudar? Onde está os deveres que segue depois (ou antes), dos direitos? Hoje, aqui em Belo Horizonte, foi aprovada a lei municipal que garante aos travestis e transsexuais, o "direito" de terem seus nomes sociais usados na lista de presença nas escolas públicas municipais. Por exemplo: o fulano tem em registro o nome: Marcelo Rodrigo. Ele quer ser chamado de Priscila Renata. Ele quer, então pode, ele tem esse direito. Mas será que isso realmente foi um reconhecimento de si, de sua identidade, perante todos de sua escola, sendo que nem mesmo o próprio Estado não o reconhece como Priscila Renata? A comunidade LGBT comemorou isso, hoje aqui em Belo Horizonte. Abro um parentese: eu e minha esposa fomos na Parada LGBT que teve aqui domingo passado. Os organizadores gritaram em seus carros alegóricos que a Igreja Cristã (protestante ou romana) brasileira é fundamentalista e não os quer ver bem. Fecho o parentese Eu preciso dizer a eles q o Estado é o maior inimigo deles. O Estado está abrindo um precedente homofóbico (com essas leis, etc) e pedindo o extermínio deles; eu diria, NA LATA, e com eles assentados em cadeiras de reuniao e debatendo. O que temos assistido é um preconceito baseado num conceito formado de interesses mercadológis e ideológicos e que nem um, o Estado e nem o Mercado, serão capazes de reconhecer tais pessoas, como seres humanos, assim como Deus os reconheceria, ainda que supostamente sendo "fundamentalista". Sugiro mais: Prefiram o "fundamentalismo" de Deus e suas "consequencias" à que a liberalidade ou "liberdade" do Estado e do Mercado que ambos os têm oferecido. Certamente no final, escolhendo o fundamentalismo de Deus sairão vivos e amados, dignos e honrosos, humanos e não "animais evoluídos". A Igreja cristã (não as instituições, mas o corpo) os amam, certamente e nela poderão encontrar o abrigo e refrigério que tanto buscam agora em lugares errados. Eu prefiro ter meu nome "fulano" (mudado) no reino de Deus a que ter meu nome (mudado) por Priscila Renata no reino do Estado ou do Mercado. ps.: o Estado não precisa de reconhecer nada, não exaltei o Estado naquela afirmação. Essa instituição (ditatorial e estupradora de cidadãos), faliu.

segunda-feira, julho 20, 2009

UNE - União Nacional dos Esbagaçados

hj, na Folha de S. Paulo

Entrevista

"É dever do poder público financiar os estudantes"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo presidente da UNE Augusto Chagas, 27, estudante do primeiro semestre no curso de sistemas de informação da USP, defende os repasses do governo à entidade e a participação dela na emissão das carteirinhas.

FOLHA - Quais serão as prioridades de sua gestão?
AUGUSTO CHAGAS - A principal pauta será lutar por um projeto de reforma universitária construído pelos estudantes que já está no Congresso Nacional. Ele é importante para ampliar a assistência estudantil, democratizar a universidade pública e privada e regulamentar o setor privado, proibindo o capital estrangeiro. Outra pauta importante é a regulamentação da meia entrada.

FOLHA - Você defende a volta do monopólio da UNE para a emissão das carteirinhas?
CHAGAS - Não queremos retomar o monopólio, mas é justo que as entidades estudantis participem da emissão das carteirinhas.

FOLHA - O fato de receber verbas do governo federal não afeta a independência da entidade?
CHAGAS - Não. É dever do poder público financiar as atividades dos estudantes.

sexta-feira, março 20, 2009

Pesquisa...

NEUROCIÊNCIA: A NOVA MODALIDADE DE
PESQUISA EM COMPORTAMENTO DO
CONSUMIDOR

BERTRAND, Hélène; GIRARDI, Margarida Eugenia d' Almeida. Neurociência: Uma Nova Modalidade de Pesquisa em Comportamento de Consumo. In: XVI ENANGRAD, 2005, Belo Horizonte. Anais do XVI ENANGRAD, 2005. v. 01

Artigo pode ser lido no endereço: 

Vale muito a pena ler.

Att.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

eu, citado na rádio CBN..

CBN TOTAL:

Organizações sociais lutam pela implantação das diretrizes estabelecidas pela Convenção-Quadro do Tabaco

Entrevista com Paula Johns, diretora-executiva da Aliança de Controle do Tabagismo

Dia 17/02/2009



quarta-feira, janeiro 14, 2009

FGV, aí vou eu...

Um sonho. Um presente de Deus....

terça-feira, janeiro 13, 2009

Imagine os três unidos hoje, por um Estado "alinhado, robusto, arrojado, próspero, livre"?? O povo estaria muito contente! O que pensam?
















É claro que o título disso aqui é uma brincadeira. Ou se não uma brincadeira, um verdadeiro chamado aos leitores para a atenção da atuação estatal na economia mundial.
Para tanto, publico aqui o artigo na sessão Economia da edição atual da revista Época Negócios, sob o título O Estado Pop

Uma ótima publicação e até que enfim, jornalistas estão começando a falar a verdade sobre o tema.

Segue:

O estado pop

Há uma onda de intervenções para deter a crise. Mas governos criaram mais problemas do que soluções quando atuaram como salvadores da pátria

POR ALEXA SALOMÃO


Não se devem alimentar ilusões so- bre o rápido percurso desta crise. Os seus vestígios serão duradouros. No entanto, mesmo que amanhã houvesse um ressurgimento econômico geral, seria necessária disciplina, porque os homens esquecem com facilidade e repetem as mesmas tolices e as mesmas loucuras. O Estado deve intervir? Não há dúvida.”

Se o trecho acima constasse de um teste de conhecimentos gerais, a quem você o atribuiria? 

a) George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, quando pediu ao Congresso que aprovasse o pacote de ajuda de US$ 700 bilhões a bancos à beira da falência. 

b) Relatório anual do Fundo Monetário Internacional, que recomendou aos governos uma ação “decisiva” e “rápida” nos mercados financeiros para conter a crise. 

c) Nicolas Sarkozy, presidente da França, durante o pronunciamento em que sentenciou o fim da autorregulação, do “laisser faire” e do mercado todo-poderoso. 

d) Todas as alternativas. 

e) Nenhuma das alternativas. 

Desde que se instalou a crise financeira global, o recorrente discurso favorável a ações de intervenção do Estado na economia alastrou-se entre presidentes e instituições das mais importantes nações capitalistas. O governo britânico assumiu o controle do Royal Bank of Scotland (RBS). O governo sueco assumiu o controle do banco de investimentos Carnegie. O governo dos Estados Unidos considerou socorrer as montadoras de automóveis. O nível de crítica ao livre mercado tomou tal proporção que bem poderia inspirar um manifesto da Organização das Nações Unidas assinado por Bush, Sarkozy e apoiado pelo FMI. Mas a declaração que abre esta reportagem – aparentemente tão democrática e atual – provém de um personagem controverso de outro momento conturbado da história: Benito Mussolini, arquiteto do fascismo italiano, em 1934. Constava do pronunciamento em que o ditador defendeu a aprovação da Lei das Corporações, regulamentação que organizou empresários e trabalhadores em grupos controlados pelo Estado. A crise à qual se refere é a Grande Depressão, o fantasma do passado que inspira tantos temores nos dias atuais. 

O fato de o discurso de Mussolini soar com tanta atualidade indica que a intervenção estatal é sempre vista, num primeiro momento, como o remédio mais eficaz para os males financeiros. Mas, como a História ensina, é preciso muita cautela quando se encara o Estado como “grande pai” e “salvador da pátria”. Martin Wolf, colunista do jornal inglês Financial Times, intelectual de formação liberal, avalia bem o paradoxo da intervenção estatal: “Quando se trata de reconstituir economias em crise, não há dúvida de que a ajuda do governo é fundamental. Sem as intervenções ocorridas no ano passado, a situação teria sido muito pior”, disse Wolf a Época NEGÓCIOS. “Mas a melhora da situação vai depender de como se equilibram as falhas do sistema financeiro, de um lado, e os problemas criados pela intervenção, do outro. Infelizmente, em muitos casos, as políticas públicas pioram as coisas.”

Traço comum das 11 maiores crises: a contribuição dos governos
Quando se discute o papel do Estado no socorro aos mercados, é importante ter em mente um fato elementar: os próprios governantes costumam ter responsabilidade na criação de colapsos econômicos. Um traço comum às 11 maiores crises dos últimos 300 anos, analisadas pelo historiador Edward Chancellor em seu livro Salve-se Quem Puder, é a contribuição dos governos para a sua formação – seja por omissão, seja por oferecer orientações equivocadas. A Grande Depressão, provocada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, é o exemplo emblemático de manobra desastrosa. Seu agravamento é atribuído ao Fed, banco central americano, que decidiu elevar os juros para enxugar o mercado especulativo, levando investidores e bancos à falência. Mais de 4 mil instituições quebraram até 1933. Andrew Mellon, então secretário do Tesouro, não se sensibilizou nem um pouco com a ruína de milhares de americanos. Acreditava que a quebradeira daria boas lições de moral a quem queria ganhar dinheiro fácil e estimularia o trabalho honesto. 


segunda-feira, janeiro 12, 2009

Construindo arte e destruindo mentes

Tadinho...
O senhor ao lado é Oscar Niemeyer. Você já deve ter visto alguma de suas obras, - maravilhosas por sinal.

Pena que ele não ficou restrito apenas à arte e por tempos vem propagando ideologias contrárias àquelas que preservam a sobriedade e liberdade humana.

Na Folha de S. Paulo de sexta-feira dia 09/01, arriscando como escritor (por favor não o deixem falar nada mais...já foi o bastante) o coitado publicou um artigo adorando as ações de Stalin, um famoso ditador comunista que tinha em suas mãos sangue de milhões de vidas em prol de sua vontade leviana de ser ditador. (engraçado isso)
Um ps.: Stalin e Hitler tiveram aspirações comuns e até mesmo acordadas entre si.

Segue abaixo o artigo:

Quando a verdade se impõe

OSCAR NIEMEYER


Alcança enorme sucesso na Europa um livro que reabilita Stálin, figura tão deturpada e injustamente combatida pelo mundo capitalista

ESTOU NO Rio, em meu apartamento em Ipanema, alheio à agitação que hoje, 31 de dezembro, afeta toda a cidade. Recebo, pelo telefone, o abraço de fim de ano de meu amigo Renato Guimarães, lembrando-me, com entusiasmo, do livro sobre Stálin que, meses atrás, lhe emprestei. Uma obra fantástica do historiador inglês Simon Sebag Montefiore, sobre a juventude de Stálin, que tem alcançado enorme sucesso na Europa, reabilitando a figura do grande líder soviético, tão deturpada e injustamente combatida pelo mundo capitalista.
E fico a pensar como essa publicação me chegou às mãos por um amigo, o arquiteto argelino Emile Schecroun, que hoje reside na capital francesa. E vale a pena comentar um pouco da vida desse querido companheiro, que, ao ter início a luta entre a França e a Argélia, deixou o PCF em Paris, onde vivia, para filiar-se ao partido comunista argelino e combater no seu país de origem, ao lado de seus irmãos, por sua libertação. E contar como sua mulher foi torturada e ele, um dia, preso e enviado sob algemas para a França.
Duas ou três vezes por ano Emile vem ao Rio me ver. Quer falar de política, lembrar dos velhos camaradas de Paris. Às vezes eufórico, contente com o que vai acontecendo pela Europa; outras, como na última ocasião em que me visitou, preocupado com a crise que envolve o PCF, na iminência de ter que alugar um andar da sede que projetei. Tentei intervir, propondo uma entrada independente que servisse de acesso aos que vão utilizar aquele pavimento... Mas logo meu amigo reage, certo de que a situação política tende a melhorar, de que os jovens da França continuam atentos ao que passa pelo mundo, prontos a protestar contra tudo o que ofende a dignidade humana.
E volto a lembrar daquele livro, a figura de Stálin ainda muito jovem, sua paixão pela leitura, o seu interesse nos problemas da cultura, das artes e da filosofia, sempre a cantar e dançar alegremente com seus amigos.
É claro que a juventude russa já sofria a influência de escritores como Dostoiévski, Tolstói e Tchecov, a protestar contra a miséria existente, revoltados com a violência do regime czarista. Muitos, a exemplo de Dostoiévski, enviados para a prisão na Sibéria, onde durante anos ficaram detidos. Depois, como tantas vezes ocorre, a vida a levar o jovem Stálin à luta política, que, apaixonado, o ocupou até a morte.
E o livro relata as prisões sucessivas que ocorreram em plena juventude, as torturas que presenciou, enfim, tudo que marcou a sua atuação heroica na luta contra o capitalismo.
Ponho-me a folhear a obra, surpreso em constatar que o seu autor, depois de enorme pesquisa que se estendeu a arquivos da Geórgia, somente há muito pouco tempo franqueados a pesquisadores, levantou informações inéditas importantes sobre a vida de Stálin.
É bom lembrar que não se trata de autor de esquerda, mas de alguém que, pondo de lado suas posições político-ideológicas, soube interpretar uma juventude diferente, marcada pela inquietação cultural, que levou Stálin à posição de revolucionário e líder supremo da resistência contra o nazismo. Muito animado, Renato me diz que, seguindo a linha política de sua editora, esse vai ser um dos livros que com o maior interesse irá publicar.
A tarde se estende lentamente. Em breve o povo estará nas ruas a cantar -alguns esquecidos de que a miséria em que tantos vivem não se justifica, outros, como nós, confiantes em que um dia o mundo será melhor.


OSCAR NIEMEYER, 101, arquiteto, é um dos criadores de Brasília (DF). Tem obras edificadas na Alemanha, na Argélia, nos EUA, na França, em Israel, na Itália e em Portugal, entre outros países.

terça-feira, janeiro 06, 2009

Neo-liberalismo X Doutrina do Choque


E ainda tem gente que acha que estão fazendo maravilhas.

Lamento aos que acreditam no poder do Estado.

terça-feira, dezembro 23, 2008

Veja | 24 dezembro 2008 | ano 41 n.51


Lendo veja desta semana, li as sábias palavras escritas por Reinaldo Azevedo sob o título Que Deus é este? na página 95.
Segue abaixo para os queridos leitores sentirem o que senti: uma paulada na nuca pessoal (e global).

Ele como muitos de nós foi mais uma voz, Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas. Mc 1:3

"
Boa parte das nações e dos homens celebra, nesta semana, o nascimento do Cristo, e uma vez mais nos perguntamos, e o faremos eternidade afora: qual é o lugar de Deus num mundo de iniqüidades? Até quando há de permitir tamanha luta entre o Bem e o Mal? Até Ele fechou os olhos diante das vítimas do nazismo em Auschwitz, dos soviéticos que pereceram no Gulag, da fome dizimando milhões depois da revolução chinesa? E hoje, "Senhor Deus dos Desgraçados" (como O chamou o poeta Castro Alves)? Darfur, a África Subsaariana, o Oriente Médio... Então não vê o triunfo do horror, da morte e da fúria? Por que um Deus inerme, se é mesmo Deus, diante das "espectrais procissões de braços estendidos", como escreveu Carlos Drummond de Andrade? Que Deus é este, olímpico também diante dos indivíduos? Olhemos a tristeza dos becos escuros e sujos do mundo, onde um homem acaba de fechar os olhos pela última vez, levando estampada na retina a imagem de seu sonho – pequenino e, ainda assim, frustrado...

Até quando haveremos de honrá-Lo com nossa dor, com nossas chagas, com nosso sofrimento? Até quando pessoas miseráveis, anônimas, rejeitadas até pela morte, murcharão aos poucos na sua insignificância, fazendo o inventário de suas pequenas solidões, colecionando tudo o que não têm – e o que é pior: nem se revoltam? Se Ele realmente nos criou, por que nos fez essa coisa tão lastimável como espécie e como espécimes? Se ao menos tirasse de nosso coração os anseios, os desejos, para que aprendêssemos a ser pedra, a ser árvore, a ser bicho entre bichos... Mas nem isso. Somos uns macacos pelados, plenos de fúrias e delicadezas (e estas nos doem mais do que aquelas), a vagar com a cruz nos ombros e a memória em carne viva. Se a nossa alma é mesmo imortal, por que lamentamos tanto a morte, como observou o latino Lucrécio (séc. I a.C.)? Se há um Deus, por que Ele não nos dá tudo aquilo que um mundo sem Deus nos sonega?

Evito, leitor, tratar aqui do mistério da fé, que poderia, sim, responder a algumas perplexidades. O que me interessa neste texto é a mensagem do Cristo como uma ética entre pessoas, povos e até religiões. Não pretendo, com isso, solapar a dimensão mística do Salvador, mas dar relevo a sua dimensão humana. O cristianismo é o inequívoco fundador do humanismo moderno porque é o criador do homem universal, de quem nada se exigia de prévio para reivindicar a condição de filho de Deus e irmão dos demais homens. É o fundamento religioso do que, no mundo laico, é o princípio da democracia contemporânea. Não por acaso, a chamada "civilização ocidental" é entendida, nos seus valores essenciais, como "democrática" e "cristã". Isso tudo é história, não gosto ou crença.

Falo das iniqüidades porque é com elas que se costuma contrastar a eventual existência de uma ordem divina. Segundo essa perspectiva, se o Mal subsiste, então não pode haver um Deus, que só seria compatível com o Bem perpétuo. Ocorre que isso tiraria dos nossos ombros o peso das escolhas, a responsabilidade do discernimento, a necessidade de uma ética. Nesse caso, o homem só seria viável se isolado no Paraíso, imerso numa natureza necessariamente benfazeja e generosa. O cristianismo – assim como as demais religiões (e também a ciência) – existe é no mundo das imperfeições, no mundo dos homens. Contestar a existência de Deus segundo esses termos corresponde a acenar para uma felicidade perpétua só possível num tempo mítico. E as religiões são histórias encarnadas, humanas.

Em Auschwitz, no Gulag ou em Darfur, vê-se, sem dúvida, a dimensão trágica da liberdade: a escolha do Mal. E isso quer dizer, sim, a renúncia a Deus. Mas também se assiste à dramática renúncia ao homem. Esperavam talvez que se dissesse aqui que o Mal Absoluto decorre da deposição da Cruz em favor de alguma outra crença ou convicção. A piedade cristã certamente se ausentou de todos esses palcos da barbárie. Mas, com ela, entrou em falência a Razão, humana e salvadora.

Fé e Razão são categorias opostas, mas nasceram ao mesmo tempo e de um mesmo esforço: entender o mundo, estabelecendo uma hierarquia de valores que possa ser por todos interiorizada. As cenas das mulheres de Darfur fugindo com suas crianças, empurradas pela barbárie, remetem, é inevitável, à fuga de Maria e do Menino Jesus para o Egito, retratada por Caravaggio (1571-1610) na imagem que ilustra este texto – o carpinteiro José segura a partitura para o anjo. As representações dessa passagem, pouco importam pintor ou escola, nunca são tristes (esta vem até com música), ainda que se conheça o desfecho da história. É o cuidado materno, símbolo praticamente universal do amor de salvação, sobrepondo-se à violência irracional que o persegue.

Nazismo, comunismo, tribalismos contemporâneos tornados ideologias... São movimentos, cada um praticando o horror a seu próprio modo, que destruíram e que destroem, sem dúvida, a autoridade divina. Mas nenhum deles triunfou sem a destruição, também, da autoridade humana, subvertendo os valores da Razão (afinal, acreditamos que ela busca o Bem) e, para os cristãos, a santidade da vida. Todas as irrupções revolucionárias destruíram os valores que as animaram, como Saturno engolindo os próprios filhos. O progresso está com os que conservam o mundo, reformando-o.

Pedem-me que prove que um mundo com Deus é melhor do que um mundo sem Deus? Se nos pedissem, observou Chesterton (1874-1936), pensador católico inglês, para provar que a civilização é melhor do que a selvageria, olharíamos ao redor um tanto desesperados e conseguiríamos, no máximo, ser estupidamente parciais e reducionistas: "Ah, na civilização, há livros, estantes, computador..." Querem ver? "Prove, articulista, que o estado de direito, que segue os ritos processuais, é mais justo do que os tribunais populares." E haveria uma grande chance de a civilização do estado de direito parecer mais ineficiente, mais fraca, do que a barbárie do tribunal popular. Há casos em que é mais fácil exibir cabeças do que provas. A convicção plena, às vezes, é um tanto desamparada.

Este artigo não trata do mistério da fé, mas da força da esperança, que é o cerne da mensagem cristã, como queria o apóstolo Paulo: "É na esperança que somos salvos". O que ganha quem se esforça para roubá-la do homem, fale em nome da Razão, da Natureza ou de algum outro Ente maiúsculo qualquer? E trato da esperança nos dois sentidos possíveis da palavra: o que tenta despertar os homens para a fraternidade universal, com todas as suas implicações morais, e o que acena para a vida eterna. O ladrão de esperanças não leva nada que lhe seja útil e ainda nos torna mais pobres de anseios.

O cristianismo já foi acusado de morbidamente triste, avesso à felicidade e ao prazer de viver, e também de ópio das massas, cobrindo a realidade com o véu de uma fantasia conformista, que as impedia de ver a verdade. Ao pregar o perdão, dizem, é filosofia da tibieza; ao reafirmar a autoridade divina, acusam, é autoritário. Pouco afeito à subversão da autoridade humana, apontam seu servilismo; ao acenar com o reino de Deus, sua ambição desmedida. Em meio a tantos opostos, subsiste como uma promessa, mas também como disciplina vivida, que não foge à luta.

Precisamos do Cristo não porque os homens se esquecem de ter fé, mas porque, com freqüência, eles abandonam a Razão e cedem ao horror. Sem essa certeza, Darfur – a guerra do forte contra o indefeso, da criança contra o fuzil, do bruto contra a mulher –, uma tragédia que o mundo ignora, seria ainda mais insuportável.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Jabour confessa: Sou devoto do MERCADO





a fé de Jabour: O MERCADO. hohoho

domingo, julho 13, 2008

Mudanças...


agora estou no wordpress.com

http://mundoreformado.wordpress.com

Resolvi ceder ao poder do melhor no mundo globalizado. Continuem me visitando lá..

em breve meu site de campanha política para vereador BH 2008 tb:
www.lucascastro31900.can.br

ps.: é .CAN e não .COM

domingo, junho 29, 2008

Voltando do Fórum da Liberdade em PoA.

forumdaliberdade.com.br
iee.com.br

sexta-feira, junho 27, 2008

Que medo!!!


Se continuármos contextualizando demais, até ele (Huguinho) vai nos dominar!

quinta-feira, junho 26, 2008

O Homossexualismo Não Vai contra a Natureza. Será?


por Guilherme de Carvalho em http://guilhermedecarvalho.blogspot.com/

Tenho uma cadela muito espertinha que de vez em quando faz cocô na minha cama. Previsivelmente, eu fico bravo. Mas minha esposa sempre diz: "Ora, Guilherme, é uma cadela!" Bem ela dizia isso antes. Agora já está ficando brava também. Sim, eu sei, isso é pura e simplesmente uma cachorrice, uma coisa de cachorro, da natureza canina - não o cocô na cama, propriamente, mas num lugar com o qual a minha cama, por uma ironia da providência, é semelhante. Sim, sim, mas... Cocô na cama é contra a minha natureza, bolas!

Mas será mesmo?

Na Folha Ciência

Com toda a certeza essa não seria a resposta do Dr. Andrea Camperio Cianni, geneticista da Universidade de Pádua, que concedeu entrevista à Folha Ciência publicada em 21 de Junho de 2008. A entrevista foi motivada por um estudo publicado por ele na revista PLoS One, no qual ele apresenta um modelo genético para explicar por que a homossexualidade aparece conectada ao aumento da fertilidade e mães e avós na linhagem materna do indivíduo.

De acordo com o modelo, haveria um gene (ou uma combinação?) que, presente em indivíduos do sexo feminino, aumenta a fertilidade e, em indivíduos do sexo feminino, gera uma "ligeira" atração por homens. Assim o gene que produz vantagem reprodutiva em mulheres produz, em homens, desvantagem reprodutiva. O Dr. Cianni nega explicitamente que sua teoria implique um determinismo genético - que o homossexualismo seja determinado pelos genes. Seu ponto apenas é que provavelmente há mesmo fatores genéticos que favorecem a "androfilia", ou a atração por homens, e que podem ocorrer tanto em homens como em mulheres.

A teoria parece de fato bem interessante. Sendo o homossexualismo tão comum e recorrente em diferentes comunidades humanas, seria de se esperar mesmo que ele tivesse algum tipo de base genética. Mas isso não é tudo. O Dr. Cianni apresenta algumas interpretações do significado de seu modelo que vale a pena considerar:

Há genes influenciando algumas pessoas, tornando mais fácil para elas optar pela homossexualidade. Ser ou não ser homossexual, porém, é resultado de história de vida, além de genes. O que queremos saber é por que os genes que influenciam a homossexualidade existem. Um gene que reduz a taxa de reprodução das pessoas deveria desaparecer. Esse é o dilema darwiniano da homossexualidade. A posição da Igreja tem sido por muito tempo a de dizer que o homossexualismo seria um vício, um pecado contra a natureza. Com o nosso estudo, podemos dizer claramente que o homossexualismo não vai contra a natureza. Ele faz parte da natureza, e é demonstrado precisamente pela seleção sexual darwiniana.

Pode-se, sem dúvida, dar diferentes interpretações do fato. Vamos tentar uma.

Talvez o nosso mecanismo genético seja deveras imperfeito, realmente. Na falta de uma boa solução para promover a fertilidade feminina, temos um gene que, ao invés de ter seu efeito androfílico neutralizado por uma compensação hormonal ou até genética, atua livremente em indivíduos de sexo masculino. Assim, a nossa espécie convive com o indesejável efeito colateral de produzir - homossexuais! Nas palavras do próprio Cianni, afinal, eles seriam indivíduos em desvantagem reprodutiva.

Ora, temos conhecimento da presença de mecanismos bastante desajeitados ou até desvantajosos, que eventualmente complicam a vida de determinadas espécies. Mas seriam meramente imperfeições (ao menos, é assim que elas são nomeadas pelos críticos do Design Inteligente) associadas às vicissitudes do processo evolucionário. Não poderíamos falar em doenças, a não ser que aplicássemos o termo a espécies como um todo.

Seja como for, seria mesmo muito chato, e politicamente incorretíssimo sugerir que o homossexualismo não é contra a natureza, porque imperfeições adaptativas, propensões genéticas potencialmente desvantajosas, ou até por um anomalia evolucionária são fatos da natureza. Pois até mesmo o câncer é resultado do mesmo mecanismo que torna possíveis as mutações, indispensáveis à evolução. Em outras palavras, sugerir que a homossexualidade é um acidente evolucionário; um efeito colateral...

Bem, acho que o Cianni não seria tão bobo de colocar as coisas nesses termos (embora não seja preciso muito esforço para enxergar que o rei está nu).

O mais curioso, no entanto, é a conclusão brilhante que Cianni tira desse fato: "podemos dizer claramente que o homossexualismo não vai contra a natureza. Ele faz parte da natureza". Uai, eu perdi alguma coisa? ;-D

A Falácia

Bem, vamos por partes:

1) Em primeiro lugar, Cianni supõe que uma coisa "faz parte da natureza" porque tem base genética e pode ser explicada pela evolução Darwiniana;

2) Em segundo lugar, ele rejeita a idéia de que o homossexualismo seja um "pecado contra a natureza", porque tem base genética.

Mas, convenhamos: que tipo de comportamento humano pode ser considerado contrário à natureza por esse critério? Com toda a certeza, todo tipo de comportamento humano deve ter alguma base genética, nem que seja indireta. Tudo o que o homem pode produzir em termos culturais, está baseado em possibilidades genéticas. Mas o invés de multiplicar exemplos disso aqui, vamos apenas tomar os exemplos de Cianni:

A comunidade gay sempre fica muito infeliz quando pessoas falam sobre esse assunto e os jornalistas começam a usar manchetes como "Descoberto o gene gay". Isso é besteira. Nós, geneticistas comportamentais, sabemos há muito tempo que o debate de natureza contra criação é fútil. Todos os genes têm de se expressar em um ambiente. O ambiente influencia a expressão do gene, assim como o gene influencia o ambiente onde ele se expressa. Vou dar um exemplo. Todos nós temos genes que favorecem o roubo, porque se não tivermos o comportamento do roubo, não sobreviveremos em uma emergência onde ele pode ser necessário. Isso não significa que sejamos forçados a sermos ladrões.

Ótimo. Não podia ser melhor.

Todos nós temos genes que favorecem o roubo. Então o roubo não é contra a natureza, não é mesmo? Coitado daquele ladrão. Ele apenas tem uma desvantagem associativa de base genética. Coitado de mim também. Afinal, eu sou um bobão que tem uma desvantagem moralista de base genética. Eu acho que o ladrão é um safado que precisa ir em cana. Espero que tenham pena de minha desvantagem genética.

Sim, vamos ser justos. O Dr. Cianni está explicando que alguns genes nos ajudam, em uma situação, e nos atrapalham em outras. Não dá para taxar os genes de "maus" e "bons" (embora Richard Dawkins insista em dizer que eles são egoístas). Então o que precisamos considerar, ao julgar um comportamento, segundo as suas próprias palavras? O ambiente. Aquilo que vai além dos genes.

A despeito disso, a conclusão consistente do raciocínio de Cianni é de que a ladroagem não é contra a natureza. E como sabemos que o estupro, o assassinato, a pedofilia, a violência em geral, diversas formas de sociopatia e psicopatia, depressão, irritabilidade, toxicomania, e uma infinidade de outros "desvios comportamentais" tem, todos, bases genéticas reconhecidas, devemos concluir que todos são naturais. Não são contra a natureza. Todos tem explicações em termos da seleção natural Darwiniana (e tem mesmo, não estou brincando).

Diante dos fatos, tudo o que posso dizer é repetir as palavras do nosso amigo italiano: "isso não significa que sejamos forçados a sermos ladrões".

Igualmente, "Isso não significa que alguém é forçado a ser homossexual" - mesmo que alguém tenha genes que favorecem essa prática, isso não significa de modo algum, absolutamente, que o homossexualismo seja bom para o ser humano, ou válido, ou que não seja um pecado.

E por falar em pecado: em primeiro lugar, o pecado é contra Deus, e em segundo lugar, contra o homem. Sem dúvida concordamos com o Dr. Cianni, de que não há pecado contra genes (ou "a natureza" em suas palavras). Só parece estranho que ele atribua a afirmação dessa tolice à Igreja.

Contra que Natureza?

Quero avançar um pouquinho na reflexão.

Um mínimo de sensibilidade demonstrará que o Dr. Cianni está relativamente confuso (ou talvez, tenha se confundido apenas na sua entrevista, o que é provável) a respeito do conceito de "natureza". Ele diz sem meias palavras que o que tem base genética não é contra a natureza. Isso equivale a dizer que "o que é, é certo".

A não ser que ele postulasse a existência de duas realidades separadas: a "natureza", que seria tudo o que é material ou biológico, e a "cultura", que seria uma criação arbitrária da liberdade humana. O problema com este modelo, é que se a liberdade humana e a criatividade cultural forem reais, a ponto de afetar a nossa resposta aos genes, isso significaria que elas são, efetivamente, uma "segunda natureza" distinta da "natureza física". Mas eu pergunto: de onde teria vindo tal natureza? Do espaço sideral?

Uma solução mais interessante seria simplesmente admitir que o que é natural para o homem não é o que tem uma base genética, mas o que realiza as possibilidades criativas do homem. Em outras palavras, para julgar um comportamento, não é suficiente empregar um termo genérico como "natureza". Precisamos de um conceito de "natureza humana". O Dr. Cianni efetivamente emprega um conceito de natureza humana como sendo indistinto de "natureza biológica". Isso não é suficiente, é óbvio. Um conceito válido de natureza humana precisa dar conta da base biológica, mas também dos aspectos social, estético, jurídico, ético, religioso, racional, e assim por diante.

A partir do conceito de "natureza" do Dr. Cianni, até o nazismo não é contra a Natureza. Afinal, quem sabe se a mãe natureza não está tentando nos extinguir, agora que descobriu que somos prejudiciais à vida na terra? É por isso que temos bombas atômicas, Osama bin Laden, Bush, a rede Globo, e a Folha Ciência, afinal. E o Dr. Cianni, é claro.

Eu estaria disposto até mesmo a admitir que, talvez, o gene (se ele existe mesmo) que favorece a androfilia nos homens (o homossexualismo) tenha uma finalidade interessante, útil, como é o caso do gene do roubo (que ajuda na autodefesa). Talvez, por exemplo, ele sirva para que exista o celibato clerical. Por que não? Uma procissão é algo muito mais interessante do que a Parada Gay, aquela coisa horrorosa.

Aprender a "Natureza"

Apenas para estabelecer um contraponto, cito a entrevista do educador e professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Yves de La Taille, para a revista Nova Escola deste mês. Discutindo o problema da falta de princípios na escola, e a necessidade de uma educação ética, ele dizer que "A dimensão moral da criança tem de ser trabalhada desde a pré-escola. Ética se aprende, não é uma coisa espontânea".

O que seria ensinar ética a uma criança? Se ética não faz parte da "natureza", nem deveríamos ensiná-la. Afinal, seria uma forma de reprimir a natureza, que é sempre "espontânea".

A ética pertence à natureza humana, não à natureza "em geral". O fato de ela precisar ser aprendida não significa que não seja parte de nossa constituição. É por isso que o homossexualismo não é contra a "natureza" em geral, mas é contra a "natureza humana": é éticamente problemático. Mas em tempos de reducionismo materialista, ou genético, ou sociológico, é difícil, muito difícil fazer as pessoas encararem a verdade.

Tudo o que posso dizer...

Bem, seja como for, tudo o que posso dizer é que a entrevista, do entrevistado ao entrevistador e à escolha do título, reflete a mesma monstruosa, colossal, titânica ignorância do homem moderno em relação à sua verdadeira natureza. Se não sabemos mais o que é a natureza humana, como teremos condições de dizer o que é contra a natureza, e o que não é?

Assim, o jornalismo científico popular continuará "demonstrando" que, já que existe homossexualismo entre macados e ratos, isso é simplesmente "a natureza". Que natureza minúscula.

E a mim, meu Deus, o que me resta? Vou me juntar à minha cadela e cagar na minha própria cama.

Mas não vai ficar assim não. Vou cagar dentro da casinha dela também.

domingo, junho 22, 2008

O Banqueiro dos Pobres

...outro dia ainda comprei um livro. de Muhammad Yunus, este ai da foto, prêmio Nobel da Paz, por ter criado um banco de microcréditos para pobres em Bangladesh.

Lula na semana passada o trouxe ao Brasil pra discutir e tentar implantar o sistema aqui.

Estou nas primeiras páginas do livro (com este estou lendo: A Era da Turbulência de Alan Greenspan, Freakonomics e Apologética Cristã para o século XXI de McGrath) e estou impressionado.

Yunus ao sair da sala de aula (mestre em Economia, leciona esta disciplina) dpois de compreender que a Economia que ensinava não condizia com a realidade da população de Bangladesh, foi às ruas da tribo Jobra e lá encontrou 42 famílias que precisariam de apenas 27 dólares para parar de pegar dinheiro emprestado com agiotas, (que as emprestava o dinheiro, dpois cobrava juros e por fim estas familias tinham em média por mês um salário de 2 centavos de dólares) e sairem de suas condições de extrema miséria.

Tudo começou assim e até o Banco Mundial quis abocanhar o empreendimento de Yunnus.
Hoje Bangladesh prospera não por causa de Yunus apenas, mas sua economia, voltada a agricultura abriu as portas para o livre comércio globalizado (em BBC http://www.bbc.co.uk/portuguese/economia/020801_donmpc3.shtml)

Fica aí uma lição de liberdade econômica sem massacrar a capacidade do indivíduo.

quarta-feira, maio 14, 2008

BRASIL, SOBERANO.


Nem vou comentar pra não estragar, deixe que os fatos falem por si só.

Agora, seremos soberanos! Uma política econômica pragmática era tudo que precisávamos. Agora precisamos de um povo também pragmático, comprometido e patriota.


Mantega detalha recursos do fundo soberano

Arnaldo Galvão, de Brasília14/05/2008, no Jornal Valor Econômico.



O Fundo Soberano do Brasil (FSB), segundo explicou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, terá duas pernas: o Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE), que vai abrigar o excedente do superávit primário, cujo valor ainda será definido pelo presidente da República; e uma perna financeira, mediante à qual o Tesouro Nacional, gestor do FSB, emitirá títulos da dívida pública e os reais captados serão utilizados para comprar dólares no mercado doméstico. Esses dólares serão remetidos para o exterior, para aquisição de ativos, seja papéis da subsidiária do BNDES no exterior ou outros ativos. Com esses dois instrumentos, o governo pretende apoiar interesses estratégicos do país no exterior, aumentar a rentabilidade dos ativos públicos, formar poupança pública e diminuir a quantidade de dólares disponíveis no mercado interno e, assim, reduzir a valorização da moeda.
Segundo Mantega, na prática, a criação do FSB equivale a aumentar o superávit primário, embora esteja mantida a atual meta para o setor público consolidado - 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB). A característica de ampliar a poupança pública foi comparada a um "cofrinho". "Com o excedente, colocamos dinheiro no fundo. Vocês não têm um cofrinho em casa?", indagou. Ele explicou que os valores destinados ao fundo soberano ficarão fora do cálculo do superávit primário, mas esses recursos não serão gastos.
O ministro indica que o governo já vem fazendo um esforço fiscal acima da meta estabelecida. Nesse cenário, garantiu que o país continuará crescendo e o governo seguirá arrecadando. Mantega citou, como exemplo, o resultado fiscal do governo central no primeiro trimestre. Nesse período, foi registrado superávit nominal, o que significa sobra de dinheiro (R$ 3 bilhões) mesmo após o pagamento de juros. Mas a perspectiva para o final do ano é de déficit nominal.
No aspecto das diretrizes de aplicação do FSB, as compras de debêntures e títulos representativos de ativos financeiros terão de observar parâmetros de risco. Os projetos aprovados deverão ter rentabilidade mínima equivalente à taxa Libor. Com gestão do Tesouro, o fundo soberano será operado por uma instituição financeira federal. BNDES e Banco do Brasil têm experiência nessa atividade.
Originalmente imaginado como um fundo soberano para comprar dólares no mercado interno e adquirir ativos no exterior, somente nos últimos dez dias é que sua criação assumiu também contornos fiscais, como resposta do governo à demanda por maior controle dos gastos públicos. Principalmente depois que o presidente Lula ouviu do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o reforço à tese do esforço fiscal adicional para ajudar o trabalho do Banco Central no controle da inflação.
O FSB terá um conselho deliberativo que vai definir forma, prazo e natureza dos investimentos, tal como uma empresa estatal. O Congresso receberá, semestralmente, um relatório de desempenho do fundo. Mantega não revelou se o governo vai publicar uma medida provisória ou se enviará um projeto de lei. Ele também afirmou que ainda não está definido o valor inicial do FSB, mas um decreto presidencial vai estabelecer um teto provavelmente como uma porcentagem do PIB. O fundo terá dotação orçamentária, cujas fontes serão primárias (receita tributária), emissão de títulos e outras disponibilidades.
Os dois objetivos do FFIE serão formar poupança pública a partir do excedente do superávit primário e absorver flutuações dos ciclos econômicos. Esse é o caráter anticíclico. O FFIE será privado, operado por instituição financeira federal, mas terá o governo como único cotista. Seu patrimônio será separado dos ativos da União e estará subordinado a direitos e obrigações próprias. Esse Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização não poderá comprar papéis de empresas privadas, mas terá autorização para comprar papéis de empresas públicas lançados no exterior.
Como o Brasil tem recebido forte fluxo financeiro, Mantega disse que estão presentes as condições para que o país seja o 36º no mundo a ter um fundo soberano. A inspiração é dos modelos chileno e russo. Nessa avaliação, não é necessário ter superávit nominal. Além disso, o país é credor externo, tem reservas de US$ 200 bilhões e há perspectiva de expressivas reservas petrolíferas. Recentemente, foi promovido pela Standard & Poor's ao grau de investimento.
O apoio a interesses estratégicos no exterior passa pela internacionalização de empresas brasileiras e o FSB pode atuar como o Eximbank americano, financiando compradores de produtos brasileiros. Um dos exemplos citados é o da compra de debêntures do BNDES. Esse "interesse estratégico", segundo o ministro, significa o Brasil assumindo papel protagonista e, havendo excesso de dólares no país, usá-los de forma produtiva, obtendo rendimento maior que o das reservas internacionais.
No âmbito cambial, o fundo soberano vai enxugar dólares do mercado e destinar esses recursos a aplicações mais rentáveis que as de perfil conservador das reservas internacionais administradas pelo Banco Central. Mas Mantega garantiu que não vai faltar harmonia entre BC e Tesouro porque, atualmente, as duas instituições já fazem isso com alguns limites.
Apesar de não ter revelado o valor inicial destinado ao FSB, o ministro afirmou que o montante será "robusto" e conviverá com o volume das reservas internacionais, atualmente em US$ 197 bilhões. Elas poderão continuar crescendo. "Não há um volume ideal de reservas. O ideal é que seja um volume grande", comentou.
Mantega disse que o limite definido por decreto vai servir para sinalizar que não será um "superfundo". Mas admitiu que, uma vez confirmadas as reservas de petróleo na camada submarina do pré-sal, o governo terá de adaptar as normas do fundo para receber parte dessas receitas.
A conciliação entre o objetivo anti-cíclico e o apoio à internacionalização de empresas brasileiras não foi esclarecida com precisão pelo ministro. Ele limitou-se a dizer que o fundo soberano terá ativos financeiros líquidos, como, por exemplo, papéis do BNDES. Mas Mantega procurou ressaltar que não acredita em uma necessidade abrupta de recursos. "Não vislumbro, mas, num momento futuro, talvez, ocorra alguma redução do crescimento e, nesse caso, há esse fundo soberano com suas reservas", afirmou.
A criação do FSB teve, segundo o ministro da Fazenda, participação e aprovação do presidente do BC, Henrique Meirelles. Ele também negou que a iniciativa seja apenas uma complexa engenharia financeira para capitalizar o BNDES. "Já faz algum tempo que o presidente Lula quer criar o fundo soberano."

quarta-feira, maio 07, 2008

Ela caiu e lá em casa ela já não entra há tempos....


Campanha do Greenpeace no YouTube faz Unilever ceder
Aaron O. Patrick, The Wall Street Journal, de Londres
02/05/2008





A Unilever fez da Dove uma marca bilionária com propagandas que promovem a auto-estima das mulheres. Mas, nas últimas semanas, o grupo ambientalista Greenpeace divulgou paródias dos anúncios, com acusações de que a empresa está destruindo as florestas tropicais da Indonésia com sua fome de óleo de palma, ingrediente essencial na fabricação de sabonete e margarina.


O Greenpeace comemorou ontem uma vitória importante, quando a gigante dos alimentos e produtos de limpeza voltou atrás e anunciou que apenas comprará óleo de palma de fornecedores que comprovarem que não destruíram florestas.


A rapidez da campanha marca um momento crucial para os grupos de ativistas. A propaganda do Greenpeace está no YouTube.com há apenas uma semana e já foi assistida 250.000 vezes. Da mesma maneira que as maiores empresas do mundo, como a Unilever, têm usado a internet para divulgar suas propagandas, ativistas passaram a usar o meio para disseminar suas mensagens de modo rápido e barato. Procure "Dove" no YouTube e a propaganda do Greenpeace é a primeira a aparecer nos resultados da busca.


Durante uma conferência em Londres sobre mudanças no clima, Patrick Cescau, diretor-presidente da Unilever, pediu uma moratória no desmatamento da Indonésia pelos produtores de óleo de palma, uma das exigências mais importantes do Greenpeace. Antes, a Unilever argumentava que a moratória prejudicaria a oferta mundial de óleo de palma.


Um porta-voz da Unilever disse que os protestos do Greenpeace "tiveram alguma influência, mas muito pouca" na decisão da empresa em relação ao óleo de palma. Ele disse que a nova política estava nos planos desde novembro.


Mas o Greenpeace tomou para si o crédito. Ele atacou os sabonetes e cremes da Dove porque "todo mundo já ouviu falar dessa marca", disse o diretor-executivo do grupo, John Sauven. "É a face mais pública da empresa".


A imagem do Dove como uma marca sensível e inclusiva também colaborou com a estratégia do Greenpeace. Numa campanha que atraiu a atenção do mundo e rendeu prêmios, a Unilever reposicionou a Dove desde 2004 como uma marca que valoriza a individualidade das mulheres e rejeita o estereótipo da mulher perfeita. O Greenpeace se inspirou na campanha Pela Real Beleza, criada pela agência Ogilvy & Mather, da WPP Group.


Os panfletos do Greenpeace mostram fotos de orangotangos ao lado de duas opções: "gorgeous or gone?", algo como "belo ou extinto?". Uma das propagandas da Ogilvy mostrava uma fotografia de uma mulher mais velha ao lado de duas opções: "enrugada ou encantadora?"


A equipe do Greenpeace refez um vídeo da Dove chamado Evolução, pelo qual a Ogilvy ganhou o prêmio mais importante do festival anual da propaganda em Cannes, na França. Ele mostra como a indústria da moda pode alterar a imagem de uma modelo para torná-la mais atraente. A propaganda do Greenpeace exibe uma série de imagens de desmatamento, orangotangos morrendo e produtos da Dove nas prateleiras de supermercados. "Fale com a Dove antes que seja tarde demais", diz a legenda do vídeo.


Grandes empresas são alvo freqüente de ecologistas e outros ativistas que defendem mudanças em suas operações ou na de seus fornecedores. A WWF, uma ONG ecológica de abrangência mundial, divulgou propagandas no jornal britânico "Financial Times" em que denunciava gigantes como a Royal Dutch Shell.


O porta-voz da WWF, David Cowdrey, afirmou ontem que o Greenpeace merece um pouco de crédito pela decisão da Unilever. "Tenho certeza que ajudou, mas não acho que tenha sido o principal fator", disse ele.


"As ONGs e grupos de ambientalistas estão muito espertos hoje em dia", diz Hugh Hough, presidente da Green Team USA, uma agência de publicidade especializada em marketing ecológico.


A Unilever, uma das maiores consumidoras de óleo de palma do mundo, informou que implantará gradualmente durante os próximos sete anos a sua nova política para os fornecedores.


O óleo de palma, também conhecido no Brasil como óleo de dendê, é produzido principalmente na Indonésia e na Malásia. A alta do óleo contribuiu para o desmatamento, especialmente na Indonésia, para dar espaço às plantações de palmeiras.


Ao custo de 50.000 libras (cerca de US$ 100.000), a campanha do Greenpeace saiu no jornal "London Times", em panfletos distribuídos em Londres e na página do Greenpeace no YouTube.


A Unilever demonstrou astúcia ao responder à pressão do Greenpeace, porque o grupo tem muita experiência e credibilidade quando se trata de questões ecológicas, diz Marie Ridgley, diretora da Added Value, uma consultoria de marcas da WPP. A Unilever "não pode fingir que é perfeita e ninguém espera que seja", diz ela.